25
set
2018

Minhas impressões: O Jardim esquecido - Kate Morton

Por Fotos e Livros •
25 setembro 2018
No ano passado fiquei conhecendo a autora Kate Morton quando li o maravilhoso A Casa do Lago, tão logo vi sobre o lançamento de O Jardim esquecido, da mesma autora não tive dúvidas em escolher este livro para ser a minha leitura da Arqueiro de setembro... eu terminei de ler este livro na sexta-feira (21/09/2018) e até hoje não consegui começar outro livro devido a querer ficar com todos os personagens deste livro por mais tempo.

"Mas foi o que fez. Atirou-se no buraco do coelho e entrou em uma história de magia e mistério sobre uma princesa que vivia com uma velha cega em um chalé, no meio de uma floresta sombria. Uma princesa corajosa, muito mais do que Cassandra jamais poderia ser." posição 7%

Sinopse


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Minhas impressões


Estou sem palavras para começar a falar sobre este maravilhoso, encantador e profundo livro. A escrita de Kate Morton é daquelas que não te deixam largar o livro, e se você o larga fica pensando nos próximos acontecimentos... com um mistério não solucionado por anos vamos revivendo o passado, no presente e fazendo incursões no passado a fim da solução.

O livro tem três partes e se inicia em 1913 quando o 'mistério' se inicia, quando uma menina é deixada em um navio, aguardando a mulher misteriosa voltar. Alguns dos mistérios: Quem é a AUTORA e o que ela é para a menina? Por que  a autora não voltou? Onde está a mãe da menina? Quem é a menina?

"A menina imaginou, do jeito vago e despreocupado das crianças muito amadas, onde estaria sua mãe, quando ela viria. E refletiu sobre a dama. Sabia quem era, tinha ouvido a avó falar dela. A dama se chamava Autora e morava no pequeno chalé do outro lado da propriedade, depois do labirinto. A menina não devia saber disso. Fora proibida de brincar no labirinto de arbustos. A mãe e a avó tinham dito que era perigoso se aproximar do penhasco. Mas às vezes, quando ninguém estava olhando, ela gostava de fazer coisas proibidas." posição 1%


Vamos fazendo várias viagens de ida e volta por anos 1913, 1930, 1975, 2005... em seguida vamos conhecer a menina, Nell, crescida, próximo de fazer 21 anos, cuidando da mãe doente, noiva de um bom homem, no dia dos seu aniversário, após perder a mãe e o pai revelando um segredo guardado há anos e que tira dela toda a felicidade, ela não sabe quem ela é, e se perde...

"Contou-lhe o segredo que ele e a esposa guardaram durante dezessete anos. Esperou pelo lampejo de compreensão, pela mudança de expressão quando ela processasse o que ele estava dizendo. Observou o mundo dela cair e a pessoa que tinha sido a vida inteira desaparecer em um segundo." posição 2%

'Voamos' para 2005 quando Nell está em seus momentos finais, sendo cuidada pela neta Cassandra, e dizendo fragmentos de seu passado, recordando coisas tristes e dolorosas e deixando a neta sem entender nada, depois de seu falecimento Cassandra descobre que a avó era 'adotada' e fica curiosa em descobrir mais coisas quando vão acontecendo mais coisas que a deixam intrigada.


" - Papai contou a Nell que ela não era filha dele e de mamãe.
- Ela era adotada?
As tias trocaram um olhar.
- Não exatamente - disse Phyllis.
- Ela foi encontrada - afirmou Dot.
Cassandra franziu a testa.
- Encontrada onde?
- No cais de Maryborough - respondeu Dot. - Onde os grandes navios chegavam, vindos da Europa. Agora não chegam mais lá, é claro, existem portos muito maiores, e a maioria das pessoas hoje viaja de avião." posição 5%

E o livro vai num ir e vir de passado e presente, e troca das personagens, mas vamos conhecendo Nell e Cassandra e como avó e neta ficaram juntas e criaram um laço afetivo importante para ambas e que mais uma vez mudou o destino de Nell e também o de Cassandra, e como as duas são tão ligadas que à medida que Cassandra fica sabendo de fatos que a avó nunca contou, ela vai percebendo que precisa descobrir a verdade sobre a avó.

"Nell a olhou espantada, depois a abraçou. A menina recuou, surpresa com aquele gesto súbito e inesperado, mas depois se entregou. Lançou-se para a frente, encostando a cabeça naquele corpo macio, que cheirava a lavanda, seus ombros sacudidos por soluços, enquanto as lágrimas mornas molhavam a camisola de Nell.
(...)
E, embora Cassandra não pudesse acreditar que alguma coisa fosse ficar bem, sentiu-se confortada pelas palavras de Nell. Algo na voz da avó sugeria que ela a compreendia. Que sabia como era assustador passar um noite de tempestade, sozinha, em um lugar desconhecido." posição 8%

"Cassandra assentiu, distraída. Sua mente estava em outro lugar, tentando estabelecer ligações. Tudo isso por conta da conversa de Ben sobre mistérios, da sugestão de que Nell poderia estar tentando solucionar algum. Todos os segredos que surgiram depois da morte de sua avó começavam a se misturar: a origem desconhecida de Nell, sua chegada a um porto, a mala, a viagem misteriosa à Inglaterra, essa carta secreta..." posição 11%

Quando Cassandra começa sua busca pelo passado da avó vamos para um passado mais remoto (1900) e vamos conhecer Eliza Makepeace, a Autora, e sua vida difícil em um cortiço em Londres, com a mãe e o irmão, e depois sem ambos, até ser descoberto e retornar para Blackhurst, na Cornualha.

"- Você não deve esperar que alguém venha salvá-la - continuava mamãe, com um olhar distante. - Uma moça que espera ser salva nunca aprende a se salvar. Mesmo que tenha os meios, não terá a coragem. Não seja assim, Eliza. Você precisa achar coragem, precisa aprender a se salvar, a nunca contar com os outros." posição 22%

A segunda parte do livro vai nos fazer viajar entre o passado, quando Eliza chega a Blackhurst e encontra  o tio, irmão de sua mãe, e suas esposa e filha, e cria um laço muito forte com a prima Rose, doente e reclusa, e também com o labirinto e o chalé do penhasco. E também a ida de Cassandra para a Inglaterra em busca do passado da avó e descobre muito mais do que isso.

"- Minha casa - disse baixinho. - Esta é a minha casa.
Aquelas palavras ecoaram nas paredes. Tudo aquilo era estranho e inesperado. Ela percorreu a cozinha, passou pela roda de fiar e foi para a pequena sala de visitas na parte da frente. A casa tinha uma atmosfera diferente agora que ela estava sozinha. De certo modo, parecia-lhe familiar, como um lugar que tivesse visitado muito tempos antes." posição 55%

Neste livro me encantei com as personagens principais, Nell, Cassandra e Eliza, com o mistério que é desvendado como um quebra-cabeça inacabado em um século... é um livro intenso, com uma história trágica e triste mas com um final bonito.



Posso dizer com toda certeza que me tornei fã da autora e vou ler e indicar todos os livros dela. Já estou ansiosa pelo próximo que a Editora Arqueiro irá lançar (mas ainda não temos confirmação do próximo ou quando), visto que ela já escreveu seis livros, como vemos nas capas abaixo:


  1. The House of Riverton (2006)
  2. The Forgotten Garden (2008) - O Jardim esquecido (2018 - Editora Arqueiro)
  3. The Distant Hours (2010)
  4. The Secret Keeper (2012)
  5. The Lake House (2015) - A Casa do Lago (2017 - Editora Arqueiro)
  6. The Clockmaker's Daughter (2018) 


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