Uma nova coluna... com um convidado amigo... para postar resenhas... resenhas de livros diferentes... livros que não tivemos oportunidade de ler... ou que tem uma outra concepção dos livros que normalmente resenhamos... e por que chamarmos de 'Um outro olhar'?
Olá pessoal, hoje estamos trazendo a resenha do Concurso Cultural de Cidade Sombria e com vocês... nossa convidada: Letícia Ramos
Antes de começar a falar sobre A
Cidade Sombria, devo me apresentar. Me chamo Leticia Ramos, moro no interior do
estado do Rio de Janeiro e sou apaixonada por livros, mesmo não lendo tão
rapidamente como a Cinthia. Já li vários gêneros de livros, sejam os clássicos
que te pedem para ler no ensino médio até os policiais. Mas me apaixonei mesmo
pelos romances de banca e também por Nora Roberts (outro ponto em comum com a
Cinthia).
Como vocês sabem, ganhei a
promoção de A Cidade Sombria e tinha a meta de ler e resenhar esse livro para
vocês. Como já falei na resposta do concurso, está foi a primeira vez que li um
livro do gênero fantástico. Mas agora não sei mais se posso definir esse livro
como sendo dessa categoria. Para mim, o
livro possui esse lado fantástico que, na minha mente, puxou um pouco para a
Terra Média de O Senhor dos Anéis, a ficção cientifica que é trazida ao livro
através da tecnologia misteriosa por trás das relíquias e até mesmo a distopia,
tão em moda atualmente, através dos Vigias e do modo como dominaram a Anara.
O livro é o primeiro de uma
tetralogia que conta a saga de Galen Harn, um mestre das relíquias e seu
aprendiz Raffael Morel , que tem o
simpático apelido de Raffi.
1- A Cidade Sombria
2- A Herdeira Perdida
3- A Coroa Oculta
4- O Malgrave
Os Mestres das Relíquias, como o
Galen, tem o objetivo de encontrar e defender usando a sua magia objetos
deixados em Anara pelos Criadores, “quatro seres” que chegaram nesse mundo e o
tornaram como ele é, criando seres e florestas para povoá-lo (Depois explico
porque coloquei o termo “quatro seres” aqui entre aspas). Esses mestres e seus
aprendizes fazem parte da Ordem dos Guardiões, que foi criada após a saída dos
Criadores de Anara.
A Ordem acabou sendo derrotada e
banida pelos Vigias, que mataram o imperador de Anara e usurparam os seu poder.
Desde então, os Vigias perseguem e matam qualquer membro da Ordem dos Guardiões
e fazem com o que o povo de Anara acredite que eles são enganadores e seus
poderes são puro engodo. Com isso, os poucos Guardiões que sobreviveram devem
sempre se esconder dos Vigias.
Galen, após um acidente causado
quando ele encontrou uma relíquia, perde os seus poderes e começa a mancar. Por
tanto, Raffi acaba sendo o único da dupla a ter poderes e ele mesmo percebe que
seu mestre passou a se arriscar mais, sem se importar com os perigos que ele
pode correr. Talvez devido a essa
atitude, Galen não hesita em aceitar o convite de um cavalheiro barbudo em uma
armadura de metal que o pede para visitar um povoado porque nele foi encontrada
uma relíquia.
- Estou vazio por dentro, Raffi. Desde a explosão, minha mente está silenciosa. Nenhum eco, nenhuma cor, nenhum espírito. Não consigo deixar meu próprio corpo. Perdi o poder e preciso encontrá-lo novamente. (pag. 61).
Quando chegam a esse povoado,
Galen e Raffi descobrem que é uma armadilha de Alberic, um anão esperto e
ladrão que junto com os seus cavaleiros os prendem em sua fortaleza e roubam
uma de suas relíquias: Uma caixa azul que gera explosões de luz quando se
aperta um botão presente nela. A dupla é libertada pelo ladrão, mas ele diz que
só vai devolver a caixa azul se eles trouxerem para a fortaleza o Sekoi, um
homem-gato cuja espécie já vivia Anara antes da chegada dos Criadores e que
possui a habilidade de contar histórias e a atração pelo ouro, que roubou os
seus tesouros. E esse Sekoi está localizado em Tasceron, cidade que ficou em
ruínas e na escuridão após a ascensão dos Vigias (de um modo muito diferente do
que vocês possam imaginar). Assim, Galen
não tinha mais dúvidas para ir caçar o Sekoi, pois poderia aproveitar para
saber se outros membros da Ordem estavam vivos e se sabiam como ele podia
recuperar seus poderes.
- Ele nos enganou – continuou Alberic, com raiva. – Passou um tempo aqui, brincou com as crianças. Nós os expulsamos, mas ele voltou. Ele conversou, divagou, cantou músicas estrangeiras. Pensamos que era inofensivo.- Os Sekoi fazem disso uma arte – murmurou Galen. Seus olhos estavam fixos na jarra de vinho. Alberic percebeu e abriu um sorriso. (Pag. 43)
Mas, ao chegarem numa ilha Raffi
e Galen fazem algumas descobertas que confirmam que o Corvo, mensageiro entre
os guardiões da ordem e os Criadores e a Deusa que os enviou, está vivo e
depois, quando Raffi consegue se comunicar com um homem-árvore, ele descobre
que é o Corvo o único que pode curar Galen e que também está na cidade de
Tasceron.
- Onde podemos encontrar o Corvo?- Em Tasceron. Em você. Em seu mestre, se ele soubesse como.- Mas onde? (pag. 123)
Nessa mesma ilha, eles encontram
Carys Arrin, que diz ser uma menina que quer encontrar seu pai sequestrado
pelos Vigias, mas que na verdade é uma espiã Vigia novata que quer capturar a
dupla para provar o seu valor. E isso você acaba sabendo antes dos heróis ao
ler as anotações de seu diário (Parabéns para a Bertrand nessa parte por
facilitar a vida do leitor e colocar uma diagramação diferente da do resto do
livro nas partes com o diário da Carys).
A partir daí, esse trio recém-formado viaja para Tasceron, e nessa
jornada todos terão seus conceitos, ideias, força de vontade, confiança e
principalmente a fé no que acreditam testados. Para Carys, muito do que ela
aprendeu na vida como uma Vigia vai cair por terra.
Isso me incomodou. Está claro que os Vigias mentiram para nós, o que me deixa furiosa. A Ordem tem poderes e eles são reais. Só posso imaginar: o que mais eles esconderam de mim? Os Vigias querem todas as relíquias – para destruí-las, dizem nossos professores - , contudo, tenho minhas dúvidas. E se algum dos comandantes quiser o poder para si? (pag. 210)
O final é impressionante,
misterioso e mágico, e deixa intencionalmente abertas para o próximo livro
várias questões sobre os Vigias e quem está por trás deles.
Lembram que falei dos “seres” que
são os Criadores. Um tempo atrás, a Natália publicou em seu blog Menina da
Bahia uma resenha de A Cidade Sombria (que você pode ler clicando aqui e nela, ela colocou um vídeo em que a própria Catherine Fisher fala sobre o
livro e dá um spoiler dizendo que os Criadores são humanos que vieram da Terra
e colonizaram Anara. Mas, ao ler o livro comecei a pensar se os Criadores (e
por tabela a Deusa) são humanos normais ou se eles possuem poderes especiais,
devido ao fato de que algumas das relíquias que aparecem no livro possuem
características que não se assemelham a objetos que usamos no dia a dia. E
também se os Guardiões e Vigias são da mesma espécie dos Criadores, como os
Guardiões criaram ou receberam seus poderes? Seriam os Criadores que passaram
esses poderes pessoalmente? Em que época viviam esses Criadores antes de viajar
para Anara? Talvez só nos próximos livros teremos as respostas.
Catherine Fisher criou novo mundo
(com direito a calendário próprio), misterioso e encantador, em que a magia dos
Guardiões te prende e te faz questionar toda a perseguição feita a eles. Ela
também colocou em cada capitulo versos dos diversos documentos que fazem parte
do mundo que ela criou (Não devo esquecer de dizer que a Catherine é também uma
poeta premiada) como a Litania do Criadores e o Mandamento dos Vigias, que
queria que fossem publicados pela autora como livros complementares a
tetralogia, principalmente a Litania do Criadores, que parece ter uma história
quase paralela a de Galen e Raffi. Os cenários que ela criou são fascinantes e
cheios de detalhes, mas que ela consegue passar, pouco a pouco, sem deixar a
narrativa cansativa. E o melhor é que no livro vem o mapa de Anara, o que me
permitiu acompanhar a jornada que Galen e Raffi fazem nesse livro e me faz
imaginar quais caminhos eles vão tomar nos próximos capítulos.
Minha nota para essa primeira
aventura do Mestre das Reliquias e de seu aprendiz é de 5 'estrelas', ou melhor
dizendo, livros.
Agradeço mais uma vez a Cinthia
por ter me dado a chance de resenhar esse fantástico livro.
P.S: A Catherine Fisher possui um
site onde ela divulga a sua obra e tira as dúvidas de seus fãs através de uma
seção de perguntas e respostas. Vale a pena dar uma boa visita nele, mesmo
sendo em inglês. O endereço é www.catherine-fisher.com .
Adorei a sua resenha, Lê!!!! Fiquei curiosa por ler o livro, quando me sobrar algum tempo, vou tentar ler... e pelo que pude perceber a fantasia do livro é muito bem criada, isso é o que bons autores conseguem fazer... e este mundo novo criado por autores assim, me conquistam muito.
ResponderExcluirEu te agradeço pela resenha e pela participação no blog e em nossas promoções.
Esse livro parece ser bom, gosto de fantasia e vários dos gêneros que citou presentes no livro. Bem diferente. Para esse ano quero mudar um pouco minhas leituras e dar oportunidade de ler livros fora do que costumo ler, então esse ainda vai esperar bastante. Mas, obrigada pela dica.
ResponderExcluirEsse livro é realmente bem diferente. Comecei a ler pensando que seria somente o meu primeiro livro no gênero de fantasia, mas foi muito além devido a essa mistura que a Catherine Fisher faz com muita qualidade e com um ótimo enredo.
ResponderExcluirDe nada, Cinthia! No site da Catherine Fisher, ela diz que a série O mestre das relíquias foi a primeira vez que criou um mundo totalmente novo para ambientar sua história. E foi um trabalho bem ardúo e complexo, pois ela criou seres, ambientes, calendário e até mesmo a documentação desse mundo, o que dá uma maior veracidade a esse mundo, o que somente um bom autor sabe fazer. Esse detalhes tornaram a história mais encantadora ainda.
ResponderExcluirE agradeço mais uma vez por essa chance incrível de resenhar esse livro.