Olá pessoal, vocês se lembram da minha amiga Carolina Lisboa que já postou um texto aqui? Pois é, hoje venho com mais um texto lindo dela... enquanto não sai o livro, que ela está escrevendo, vou postar por aqui alguns dos textos, para ficarmos com vontade de mais de suas palavras, sentimentos, eu quero logo mais.
Foi
Você
Naquele
exato instante eu cresci. Minha infância acabou num segundo. No
momento mais lindo, terno e carinhoso. Não foi ardente ou selvagem,
mas me arrebatou pra sempre. Toda mulher merece passar por isso.
Passar essa etapa do jeitinho que foi pra mim.
Até
então eram só flertes, sorrisos travessos e gestos controlados.
Nada mais do que isso. Às vezes um toque furtivo ou uma atitude
delicada. E tudo era tão intenso sem na realidade o ser. A primeira
vez faz isso com a gente. Querer demais sem um gostinho de quero
mais, porque não dava. Dava medo. O proibido é muito poderoso. Quem
ainda não se pegou tentando burlar as regras ou quebrá-las
definitivamente. É clichê, lugar comum: não pode...! Então pode.
Naquele instante pôde pra mim e também pra ele. E foi tão bom!
Passávamos
o dia entre brincadeiras e joguinhos de sedução tão ingênuos.
Queimado, bicicleta, correria e de vez em quando a calma e o furação
dentro do peito. Estômagos embolados e mãos tremulas. Gagueira e
respirações tão fundas, puxadas do âmago. Fala desordenada. Falar
o quê? Tantas inseguranças e de repente tanta certeza. Será que é
assim com todo mundo? Por que tem que ser tão difícil antes, se na
hora é tão fácil.
É
engraçado como a gente muda, rápido demais, bom demais. Antes
estávamos debochando dos mais velhos e fazendo cara de nojo e
agora...olha pra gente! Fazendo a mesma coisa e pior, gostando de
verdade. Delicioso! Nem tanto o toque e talvez seja mesmo o toque,
mais a expectativa, a descoberta, a incredulidade de estarmos
realmente fazendo isso. O coração acelera, pula, desgovernado. O
suor escorre, a respiração falha. Doença? Vicio? Natureza!
Instinto! Talvez um dia ele também se lembre... e seja bom assim
como foi pra mim. Talvez um dia eu possa dizer que comecei a crescer
naquele minuto, que minha vida nunca mais foi a mesma, e que a partir
daquilo, tudo mudou, pra melhor. Mas uma pontinha de tristeza me bate
de vez em quando. Como seria passar por isso e ainda estar com a
mesma pessoa? Passar por isso juntos e poder recordar e rir de tudo.
Se alegrar por ainda estar vivendo... um sonho. Foi bom sim, mas não
me arrependo, ou talvez sim, não sei. Por onde andará? Não posso
adivinhar como seria o futuro com ele, mas pelo que tivemos, posso
dizer que teria sido muito bom.
Uma
coisa eu posso garantir, eu cresci e um mundo se abriu na minha
frente. Eu curti, me esbaldei, aproveitei. E agora depois de lembrar
disso, ainda posso tirar bons momentos de quase tudo. Ainda estou
aqui. Ainda sorrio todos os dias. Ainda vivo o amor, a paixão. Tive
um bom professor, carinhoso, apaixonado.
Pensar
que foi há tanto tempo não faz mudar a lembrança daquelas
sensações exasperadas, conturbadas e tão excitantes. Era como
sonhar, andar de balanço, bem alto, ou viver uma aventura, pular de
paraquedas, mergulhar talvez. Mas foi tenso, comedido, gostoso, suave
e pra ser sincera, ficou latente por muito tempo, tempo demais.
Estava na hora. A maciez, o calor, o toque daqueles lábios nos meus.
Foi assim, ter a primeira amostra da afeição de um homem. Foi assim
meu primeiro beijo. Foi você!
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