Julieta já tinha sido lançado há algum tempo, e eu já tinha curiosidade, mas por falta de tempo e oportunidade ainda não tinha lido, veja abaixo a capa antiga.
Mas, com esta nova capa, que a meu ver ficou ainda mais linda, não consegui resistir, demorei um pouco para começar a ler, um pouco para conseguir me dedicar ao livro e um pouco mais para conseguir largar o livro... daqueles de se perder noites de sono, curiosa com que vai acontecer na próxima página...
Sinopse
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Minhas impressões
Este livro é muito mais que um reconto de um dos mais famosos clássicos de amor (trágico) da literatura, Romeu e Julieta de William Shakespeare, já recontada em outros livros e filmes de diversas formas. Eu nunca li o clássico, que na realidade é uma peça, narrada em atos... mas que todo o mundo conhece muito bem. Julieta de Anne Fortier é uma mescla de livro histórico, já que narra fatos que aconteceram, nem todos reais, mas fatos que mesmo romanceados poderiam ter acontecido na época dos fatos.
Em Julieta conhecemos Julie Jacobs uma italiana, que quase sempre viveu nos EUA, que tem uma irmã gêmea, Janice, e sempre, desde que se entende por gente, teve uma fascinação pela história de Romeu e Julieta de Shakespeare, tanto que vive reencenando, ou dirigindo jovens em sua reencenação por anos e anos... mas tem seu mundo virado do avesso quando Umberto, o mordomo da tia Rose que junto de Umberto as criou, ela e a irmã, desde a morte prematura dos pais, a encontra para dizer que a tia estava morta e que ela não ficara com nenhum bem, apenas uma carta da tia Rose, dizendo a Julie para ir à Itália, em Sienna, à procura do segredo que sua mãe morrera procurando... a quebra da maldição entre Giulietta e Romeo. Ah... temos um detalhe, Julie Jacobs era na realidade Giulitta Tolomei, nome trocado para mantê-la e também a irmã, que na realidade é Giannozza Tolomei, seguras de todas as tragédias do passado.
Quando Julie, Giulietta, chega à Itália conhece uma senhora, Eva Maria, que faz de tudo para ser amiga de Julie, apesar das inimizades eternas entre suas familias, os Tolomei e os Salimbeni. E junto com Eva Maria, ela também conhece Alessandro Santini, um homem muito desconfiado, que é chefe de segurança do banco da família Salimbeni e afilhado e Eva.
"Nossas famílias, os Tolomei e os Salimbeni, tinham uma desavença antiga, uma desavença sangrenta... Se estivéssemos na Idade Média, já teríamos pulado no pescoço uma da outra. Como os Capuleto e os Montéquio em Romeu e Julieta." pag 29
Julie vai buscar, conforme orientação da carta de tia Rose, um tesouro que sua mãe havia guardado no Banco Tolomei e encontra uma caixa repleta de papeis que não parecem dizer nada de útil para ajudá-la financeiramente, mas são todos papeis e cartas que narram Romeu e Julieta de diversas formas, versões anteriores da versão de Shakespeare e que contam a história, como se realmente tivesse acontecido, mas não em Verona e sim na Siena de 1340.
"Recostando-me na cama, comecei a ler o diário desde o início, verificando de vez em quando os outros textos fragmentados em busca de referências cruzadas. E assim teve início minha viagem de volta à Siena do ano de 1340 e a meu parentesco com a mulher que havia compartilhado meu nome." pag 47
E é assim que vamos conhecendo a história de Romeu e Julieta narrada pelo Maestro Ambrogio, em 1340, em seu Diário, mesclada com a aventura de Julie, Giulietta Tolomei na Siena atual, tendo que fugir de homens desconhecidos, roubos em seu quarto de hotel, uma família amalucada e um homem encantador e desconfiado por demais, Alessandro, que não a quer perto da madrinha e nem dele...
Temos uma história de amor, mesclada em duas, com aventuras e fatos surpreendentes que quase não me deixaram dormir, quase passei a noite acordada, para saber se o final da história da Giulietta e do Romeo atuais será tão trágica quanto a de seus antepassados. Quer saber se será? Leia o livro...
No final do livro, a autora, que me conquistou, diz:
"Embora Julieta seja uma obra de ficção, é baseada em fatos históricos. A versão mais antiga de Romeu e Julieta foi realmente ambientada em Siena e, quando se investiga a históroa local, começa-se a compreender por que a peça se originou precisamente ali.
Talvez mais do que qualquer outra cidade toscana, Siena foi dilacerada por ferozes rivalidades familiares, durante toda a Idade Média e era famosa a rixa entre os Tolomei e os Salimeni, muito semelhante à sangrenta rivalidade entre os Capuleto e os Montéquio na peça de Shakespeare." pag 396
Leiam aqui uma postagem do blog Sextante com fotos (maravilhosas) de Siena e citações de Julieta... mais uma cidade italiana que quero conhecer.
Anne Fortier lançou em março/2014 um novo livro: The Lost Sisterhood (A irmandade perdida, tradução minha) que fala sobre uma especialista em Mitologia Grega. Espero que a Arqueiro também traga para o Brasil.
Olá Cinthia!
ResponderExcluirEssa capa nova tem mais a ver com Romeu e Julieta do que O código Da Vinci, como era a capa antiga. Alias, já estou interessada no livro com essa resenha linda. O mais curioso é que são citados prédios e históricas famílias italianas que existem de verdade. Então, esse Romeu e Julieta a italiana eu vou amar demais.
Devo contar que quando vi o post e vi a foto do Palio di Siena, fiquei muito feliz, pois adoro esse evento e sempre que acontece, dou um jeito de ver, seja pela TV ou pela internet (é o que dá quando se começa a ver programas italianos na tv), e provavelmente o Palio deve ter sido citado no livro, pois fiz uma pequena pesquisa e descobri que as rivalidades entre as familias seneses ajudaram a criarem as contradas da cidade e suas rivalidades, que são acentuadas durante o Palio e que os Tolomei e os Marescotti deram origem a contrada da L'Aquila. Aliás, até tenho um quadro com os escudos das contradas de Siena.
Um abraço!